terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Lygia Bojunga



   "Creio que muita água ainda vai passar antes que o livro físico desapareça", diz Lygia


Lygia Bojunga se consagrou como autora de alguns dos livros mais conhecidos daliteratura infanto-juvenil brasileira. "Os Colegas", "Angélica" e "A Bolsa Amarela" são algumas das obras que já completaram algumas décadas de existência, mas continuam presentes nas estantes das crianças. 

Nascida em Pelotas (RS) em 1932, Lygia levou quase 40 anos para conseguir viver apenas de seu talento literário. Durante esse tempo, atuou em peças de teatro, trabalhou em rádio e televisão e chegou a fundar uma escola para crianças pobres do interior, que dirigiu por cinco anos. Mas foi como escritora que Lygia alcançou um enorme prestígio. Em 1982, recebeu o prêmio Hans Christian Andersen, e em 2004 o prêmio ALMA (Astrid Lindgren Memorial Award), os dois mais importantes prêmios internacionais da literatura infanto-juvenil.


Atualmente, a escritora cuida dos negócios de sua própria editora - "Casa Lygia Bojunga" - que publica exclusivamente seus livros. Também é responsável pela Fundação Cultural Casa Lygia Bojunga, sediada no Rio de Janeiro e que desde 2004 desenvolve projetos socioeducativos voltados para o estímulo da leitura de crianças e jovens.



Lygia Bojunga: Meu gosto pela escrita foi resultado da minha paixão pela leitura. Paixão que começou em criança, quando penetrei no Sítio do Pica-Pau Amarelo e devorei todos os livros que o Monteiro Lobato situou naquele sítio. Comecei, então, a escrever umas historinhas e, depois, brincar de representar as histórias, com meus amigos. Brincadeira que - como adolescente - repetia na escola. Nos meus vinte anos, fui desenvolvendo uma familiaridade crescente com a forma dialogada de escrever. 


Tudo que eu escrevia era em diálogo. E comecei, então, a escrever profissionalmente. Primeiro para o Rádio, depois para a Televisão. Até que, um dia, me perguntei: mas se meu companheiro inseparável é o LIVRO, por que não tentar alargar esse relacionamento e enveredar pela literatura? Enveredei. E, se optei, inicialmente, por uma literatura voltada para crianças foi por achar - talvez erradamente - que a transição do diálogo para a narrativa me seria menos difícil se eu usasse uma linguagem simples, coloquial, ao alcance de qualquer criança. Pensei que, desse modo, o gênero narrado ficaria mais ao meu alcance, também.

Como a imaginação é capaz de ajudar as crianças a refletirem sobre seus problemas e o que captam do mundo?
Lygia Bojunga: Já disse (e escrevi) outras vezes que, a não ser em situações extremas, tipo acidentes, doenças graves, morte, quem se habituou a fazer uso desse nosso departamento chamado imaginação se salva sempre; e, na minha opinião, não existe nada que desenvolva tanto a imaginação como o LIVRO. A literatura funciona para nós como um espelho. Quanto mais nos olhamos nele, mais vamos captando revelações sobre nós mesmos e, consequentemente, sobre nossa postura face ao mundo.

Confira a matéria na íntegra: http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/lygia-bojunga-681657.shtml

Sinopse - Tchau - Lygia Bojunga 
Único livro de contos da autora, Tchau reúne quatro narrativas densas, onde - no estilo habitual que já se tornou sua marca - Lygia transita com inteira liberdade entre o realismo e o fantástico.Nele, ela fala de paixão, de amizade, de ciúme e da necessidade de criar.Tchau ganhou o prêmio O Melhor Para o Jovem - FNLIJ (Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil), foi incluído na seleção dos melhores livros da Biblioteca Internacional da Juventude - Munique, Alemanha, e foi parte integrante da obra de Lygia que recebeu o prêmio Hans Cristian Andersen e o prêmio ALMA (Astrid Lindgren Memorial Award).













Este texto fora discutido em sala e nota-se que o mesmo é recomendado para crianças, às mesmas devem aflorar e se conhecer emocionalmente e este texto permite isto a ela. Por se tratar da visão que esta criança tem da separação de seus pais, apresenta assim, segundo alguns estudos da psicanálise, um melhor entendimento para outra criança ao lê-lo, pois vivenciará o drama de forma simbólica e não real e se a mesmo já passou por este tipo de situação familiar, poderá ressignificar sua experiência. Outros textos que podem ser lidos de forma mais fácil, são aqueles que seus personagem principais são animais, já que a criança não se enxergará de forma direta com o animal, por isso vemos tantos contos e filmes com esta montagem, exemplo : Procurando Nemo (filme) ou O Patinho Feio (conto infantil).


Outro ponto importante se dá através da mediação, esta deve ser feita com muito cuidado. Uma forma negativa desta mediação se dá através do apagamento, onde o mediador molda o que lê para buscar um objetivo já planejado. Como já fora visto em um post anterior, o medicador é aquele que mostra ao novo leitor um novo universo cheio de possibilidades e o permite investiga-las, é aquele que estimula a leitura e dá novos referenciais. 

Referencia: 
NUNES, L. B. Tchau. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2004.  

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